quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

OCUPAÇÃO DO EXTREMO SUL

Ocupação do Extremo Sul

Em consequência das novas rivalidades surgidas na Europa entre Portugal e Espanha, a Coroa Portuguesa, tomando a iniciativa das hostilidades, promoveu a fundação, em 1680, da Colônia do Sacramento, na desembocadura do Rio da Prata, na atual República do Uruguai. A fundação desta colônia dá início a um período de confrontos e guerras entre Portugal e Espanha que durou mais de 100 anos. A Espanha, agindo através de Buenos Aires, nunca admitiu a presença dos portugueses na Colônia de Sacramento, tendo-a atacado por inúmeras vezes. Para dar proteção a esta colônia, Portugal, fundou em 1684, a cidade de Laguna, em Santa Catarina. Estava com isso evidente a intenção de Portugal em dominar toda costa do litoral e o território que vai de Laguna a Colônia do Sacramento. E por isso tratou de instalar, em 1737, um posto militar importante e decisivo, o Forte de Jesus Maria José, na Barra de Rio Grande, hoje cidade do mesmo nome.
Em resposta ao expansionismo dos portugueses, os espanhóis, através das missões jesuíticas manifestavam sua presença com a fundação dos Sete Povos das Missões, entre 1682 até 1706, sendo eles, por ordem cronológica, São Borja, São Nicolau, São Luiz, São Miguel Arcanjo, São João Batista, São Lourenço e Santo Angelo, todos no oeste do Rio Grande do Sul. As datas da fundação desses povos sugerem que se trata de uma represália à fundação da Colônia do Sacramento, em 1680.
Com estes atos de posse, por parte de Portugal, de um lado, e por parte da Espanha, do outro, estaria armado o cenário para conflitos que se estenderiam por mais de um século tendo por palco o Rio Grande do Sul.
Estariam lançados também os fundamentos da economia sulina, que seriam a criação de gado, cavalos, e muares, a produção e comércio de couro e charque, o tropeirismo e o militarismo. Era, enfim, o começo da futura civilização gaúcha, também denominada “civilização do cavalo”.
Meses antes da instalação de Rio Grande por José da Silva Paes, ali já se instalara o tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu, cujas façanhas constituem um exemplo claro dessa “civilização do cavalo”.

Um comentário: